Auditoria aponta suposto desvio de R$ 2,7 milhões
Marília: A investigação foi iniciada após a administração municipal receber uma denúncia sobre emissões de notas frias por serviços não prestados à Secretaria.
Uma auditoria terceirizada pela Prefeitura de Marília (SP) apontou um desvio de R$ 2,7 milhões aos cofres públicos na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. O detalhamento das supostas irregularidades consta no relatório final da sindicância, publicado neste sábado (25), no Diário Oficial do Município.
Auditoria aponta desvios aos cofres públicos na Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude de Marília — Foto: Google Street View/Reprodução
No documento, de mais de 1.200 páginas, o período investigado vai de 2017 a 2020, quando a pasta era chefiada por Eduardo Nascimento (PSDB), atual presidente da Câmara dos Vereadores do município. Ele é citado como um dos supostos beneficiados pelo esquema.
A investigação foi iniciada após a administração municipal receber uma denúncia sobre emissões de notas frias por serviços não prestados à Secretaria, além de superfaturamento.
Com base no relatório final, a Comissão Especial da Sindicância afirma que concluiu que existem indícios suficientes de infrações ético-disciplinares, ilícitos penais e atos de improbidade administrativa perpetrados por agentes públicos. Dentre as supostas irregularidades, estão:
- Desvio de valores oriundos de taxas de inscrições de atletas;
- Pagamento de notas fiscais por serviços não executados (notas frias);
- Superfaturamento de preços de serviços contratados;
- Despesas executadas com diversas irregularidades;
- Dispensa de licitação irregular;
- Pagamento de bolsa-atleta para não atletas;
- Saques acima de valores devidos, sem prestação de contas;
- Desvios de verbas de eventos como jogos regionais e jogos abertos da juventude;
- Emissão de cheques pelo secretário para saque na boca do caixa por funcionários da pasta;
- Despesas sem comprovação de execução dos serviços.
Além de Eduardo Nascimento, as irregularidades foram atribuídas a outros cinco agentes públicos e mais de 20 empresas são apontadas como envolvidas nos supostos esquemas.